San Juan – Mesmo que não esteja na agenda oficial da 39ª Cúpula do Mercosul, que começou hoje (2) em San Juan, na Argentina, o conflito entre a Venezuela e a Colômbia deverá ser um dos temas do encontro. Ontem (1º), antes de embarcar, o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman, chegou a dizer que as divergências entre os dois países não deveria integrar os diversos temas que serão discutidos e aprovados na Cúpula.
Segundo Timerman, esse é um assunto a ser tratado no âmbito da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), bloco formado por 12 países (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Paraguai, Uruguai, Guiana, Suriname e Venezuela). No entanto, de acordo com o chanceler argentino, os presidentes mantêm diálogo sobre todos os temas regionais. Por isso, é possível que o conflito entre a Venezuela e a Colômbia entre na pauta da Cúpula de San Juan.
A tensão entre os dois países aumentou na última sexta-feira (30), quando o presidente venezuelano, Hugo Chávez, enviou unidades militares para a fronteira, após considerar que o governo colombiano, liderado por Álvaro Uribe, representaria uma "ameaça de guerra". Uribe, por sua vez, descartou qualquer iniciativa nesse sentido. Chávez rompeu relações diplomáticas com a Colômbia no dia 22 de julho, após o governo colombiano denunciar na Organização dos Estados Americanos (OEA) a existência de acampamentos e guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território venezuelano, com o consentimento de Chávez.